6.4.09

Homem na Igreja

Não sou uma pessoa de frequentar igrejas. Só vou em casamentos e missas de falecimentos. Não há como negar que estar nesses lugares traz uma grande paz. No meu caso, nem tanto pelas palavras proferidas pelos padres, mas pelo próprio ambiente em si. No entanto, essa semana estive em uma missa de 7º dia e além desse estado de paz, pude perceber uma outra coisa. As pessoas se desmascaram quando entram na igreja. Cai aquela máscara que vestem no dia-a-dia para mostrar quem querem aparentar. Baixam a guarda da postura defensiva que adotam na rua e ficam mais abertos. Você pode perceber pessoas pessoas que na rua parecem não temer nada, pedindo ajuda, pessoas que dizem ser totalmente corretas pedindo perdão. Ainda há aqueles que não deixam a máscara que vestem cair, e por isso, mesmo dentro continuam preocupadas com o que os outros possam pensar, olhando para os lados antes de qualquer movimento: “será que devo fazer o sinal da cruz?”, “será que devo me ajoelhar” “e se não fizer isso?”, “e se não me levantar nessa hora?”. Ficam preocupadas, não só com o que as outras pessoas que estão presentes podem pensar, como também com um certo receio de uma repreensão ou castigo divino. No final das contas, podemos perceber com essa experiência que todos os seres humanos sofrem. Todos têm suas preocupações, todas têm seus medos. O medo move o homem. Tudo que faz é baseado em algum tipo de medo. Uns aparentam, outros procuram esconder, e outros nem têm consciência disso, mas no final das contas estão sendo movidos por esse sentimento. O medo que move, faz sofrer, torna difícil encontrar a paz interior. E sem paz interior a vida não sai da maneira como gostaríamos que saísse.

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