22.7.12

Dia 21 - Fazer um elogio inesperado / inusitado


Perdi um pouco do ímpeto do começo do desafio, nos últimos dias. Já imaginava que isso poderia acontecer, que teria dificuldade especialmente para completar as últimas tarefas. A verdade é que recentemente percebi que tenho dificuldade em terminar as coisas que começo. Considero-me uma pessoa com bastante iniciativa, gosto de fazer coisas novas o tempo todo, mas muitas das coisas começam com um ímpeto grande e bastante energia envolvida e depois acabam sendo deixadas de lado.  Se por um lado esse comportamento me traz novas experiências e contato com coisas novas, por outra, sei que não é legal deixar coisas inacabadas.

E exatamente por isso, sei que preciso me forçar mais a ter constância e não deixar esse sentimento se 
dissipar. Faltam poucas tarefas e vou me dedicar essa semana a cumprir com mais disciplina. Sei que tem pessoas acompanhando de perto essa minha jornada e prometo não decepcionar.
Ontem fui a um shopping aqui perto de casa, para ver se encontrava um livro que estou querendo comprar e aproveitar para jantar. Sair sozinho para um passeio desses é interessante pois você consegue reparar melhor nas pessoas em volta e no local. Dei sorte, pois, por acaso estava rolando um festival de música no local. Quem me conhece sabe como gosto de música e em especial ver músicos performando ao vivo. No pequeno palco montado, havia uma dupla com um cara no violão e uma moça cantando. Versões acústicas de pop e rock, do estilo que eu gosto. Fiquei acompanhando por alguns bons minutos e depois fui comer alguma coisa, tentando ficar o mais próximo possível de onde eles estavam tocando. Consegui uma mesa que não dava visão para o palco, mas o som podia ser ouvido com clareza. O que mais gosto da música, não é simplesmente as composições, ou a melodia, mas o efeito que a música tem no ambiente. É como se estivéssemos em um filme e rolasse uma trilha sonora de fundo, embalando nosso pensamento. A música entra em vibração com nossa energia e influencia nosso comportamento e nossas emoções, como se fôssemos uma coisa só. Fiquei um tempão esperando meu pedido que demorou muito, mas o fato de estar escutando boa música fez com que nem ligasse muito.

Após terminar de comer, percebi que estava um pouco atrasado para o aniversário de um amigo e decidi ir embora. Enquanto esperava o elevador chegar, notei uma mulher vindo apressada em direção ao corredor em que me encontrava. Notei que era a moça que estava cantando no palco. Prestei atenção ao som, para ver se de fato era ela e como ouvia vocal masculino, conclui que era. Pensei em abordá-la para elogiar sua música. Nesse exato segundo, passaram alguns pensamentos pela minha cabeça como “ela deve estar com pressa, vou atrapalhar, ou vai ser esquisito, ou o elevador já vai chegar” Tudo em 3 segundos. As mesmas coisas que passam pela minha cabeça sempre que vou fazer alguma coisa que não está no script da minha rotina. Cortei esses pensamentos com a ação.

- Moça, é você que está cantando no palco, né?
- Isso – respondeu um pouco surpresa com a abordagem repentina e num local meio inusitado.
- Parabéns, o som está muito bom e vc ta cantando demais!

Ela abriu um enorme sorriso e agradeceu. Eu fiquei satisfeito por ter feito algo que queria fazer.

E esse é um dos grandes aprendizados que estou tendo com esse desafio. Mesmo quando queremos fazer coisas boas, quando pretendemos fazer alguma ação que vai fazer o bem para outra pessoa, relutamos. Porque não é normal. Para algumas pessoas, talvez fazer elogios em qualquer lugar possa ser uma tarefa comum e fácil. Para mim, nem tanto. E vamos mais uma vez buscando sair da inércia, quebrar o status quo e mudar o comportamento...

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