Perdi um pouco do ímpeto do começo do desafio, nos últimos
dias. Já imaginava que isso poderia acontecer, que teria dificuldade especialmente
para completar as últimas tarefas. A verdade é que recentemente percebi que
tenho dificuldade em terminar as coisas que começo. Considero-me uma pessoa com
bastante iniciativa, gosto de fazer coisas novas o tempo todo, mas muitas das
coisas começam com um ímpeto grande e bastante energia envolvida e depois
acabam sendo deixadas de lado. Se por um
lado esse comportamento me traz novas experiências e contato com coisas novas,
por outra, sei que não é legal deixar coisas inacabadas.
E exatamente por isso, sei que preciso me forçar mais a ter
constância e não deixar esse sentimento se
dissipar. Faltam poucas tarefas e
vou me dedicar essa semana a cumprir com mais disciplina. Sei que tem pessoas
acompanhando de perto essa minha jornada e prometo não decepcionar.
Ontem fui a um shopping aqui perto de casa, para ver se
encontrava um livro que estou querendo comprar e aproveitar para jantar. Sair
sozinho para um passeio desses é interessante pois você consegue reparar melhor
nas pessoas em volta e no local. Dei sorte, pois, por acaso estava rolando um
festival de música no local. Quem me conhece sabe como gosto de música e em
especial ver músicos performando ao vivo. No pequeno palco montado, havia uma
dupla com um cara no violão e uma moça cantando. Versões acústicas de pop e
rock, do estilo que eu gosto. Fiquei acompanhando por alguns bons minutos e
depois fui comer alguma coisa, tentando ficar o mais próximo possível de onde
eles estavam tocando. Consegui uma mesa que não dava visão para o palco, mas o
som podia ser ouvido com clareza. O que mais gosto da música, não é
simplesmente as composições, ou a melodia, mas o efeito que a música tem no
ambiente. É como se estivéssemos em um filme e rolasse uma trilha sonora de
fundo, embalando nosso pensamento. A música entra em vibração com nossa energia
e influencia nosso comportamento e nossas emoções, como se fôssemos uma coisa
só. Fiquei um tempão esperando meu pedido que demorou muito, mas o fato de
estar escutando boa música fez com que nem ligasse muito.
Após terminar de comer, percebi que estava um pouco atrasado
para o aniversário de um amigo e decidi ir embora. Enquanto esperava o elevador
chegar, notei uma mulher vindo apressada em direção ao corredor em que me
encontrava. Notei que era a moça que estava cantando no palco. Prestei atenção
ao som, para ver se de fato era ela e como ouvia vocal masculino, conclui que
era. Pensei em abordá-la para elogiar sua música. Nesse exato segundo, passaram
alguns pensamentos pela minha cabeça como “ela deve estar com pressa, vou
atrapalhar, ou vai ser esquisito, ou o elevador já vai chegar” Tudo em 3
segundos. As mesmas coisas que passam pela minha cabeça sempre que vou fazer
alguma coisa que não está no script da minha rotina. Cortei esses pensamentos
com a ação.
- Moça, é você que está cantando no palco, né?
- Isso – respondeu um pouco surpresa com a abordagem
repentina e num local meio inusitado.
- Parabéns, o som está muito bom e vc ta cantando demais!
Ela abriu um enorme sorriso e agradeceu. Eu fiquei
satisfeito por ter feito algo que queria fazer.
E esse é um dos grandes aprendizados que estou tendo com
esse desafio. Mesmo quando queremos fazer coisas boas, quando pretendemos fazer
alguma ação que vai fazer o bem para outra pessoa, relutamos. Porque não é
normal. Para algumas pessoas, talvez fazer elogios em qualquer lugar possa ser
uma tarefa comum e fácil. Para mim, nem tanto. E vamos mais uma vez buscando
sair da inércia, quebrar o status quo e mudar o comportamento...
Força Tanakinha, tá acabando! Parabéns! Abs
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