Se ontem foi o dia 22, por que hoje é o dia 24? Ontem fiz
duas tarefas e se considerar sendo o dia 23, vou finalizar o desafio no dia 29.
Aí vai perder toda a graça. A proposta inicial desse desafio era realizar 30
tarefas em 30 dias. Não consegui. Então a contagem por dias deixou de fazer
sentido. A bem da verdade é que isso pouco importa. O que importa é o que estou
buscando fazer a cada dia. Pensando nisso, é engraçado ver como ficamos
confusos com regras. As regras existem para que tenhamos um pouco mais de ordem
na nossa sociedade. Vivemos sempre tentando fazer as coisas direito, julgando
entre certo e errado. No começo fiquei pensando que se não realizasse em 30
dias, fazendo uma tarefa por dia, não estaria fazendo certo. Mas quem disse que
existe certo ou errado? Se seguisse essa lógica, teria errado, então seria
desclassificado do desafio e teria parado na 2ª semana...hahalha. Veja bem, se
a idéia do Challenge é mudar minha rotina e quebra meus paradigmas, não preciso
de ordem. É mais interessante que tenha um pouco de desordem. E essa confusão
com dias e desafios é parte disso...
A tarefa de hoje fui difícil para mim. Interessante ver como
as pessoas são diferentes. Se cada um tentar fazer esse desafio com essas
tarefas, teremos dificuldades diferentes para cada um. Assim como para algumas passar
um dia sem carro é moleza e para mim complicado, comprar flores pode ser um ato
simples e comum para uns e difícil para mim. Difícil porque uma das maiores
dificuldades que tenho é de demonstrar sentimento e expor emoções. Mesmo e
especialmente com pessoas da minha família.
Voltando para casa, decidi parar no Pão de Açúcar e comprar
flores para minha mãe e para minha avó. Parece uma coisa muito simples, mas
quando você tem 28 anos e nunca fez isso na vida, percebe que não é fácil. O
ato em si é fácil. Pare numa loja ou floricultura, escolha as flores, pague e
dê de presente. Mas o processo mental de tudo isso é meio complicado, quando é
uma coisa que você não faz. E esse é o que tem sido o maior aprendizado e o
maior benefício que estou tendo. Quebrar amarras mentais. Fiquei pensando que
seria esquisito e que minha mãe acharia esquisito eu fazer isso do nada. Mas
como em todas as ocasiões, basta quebrar os pensamentos com ações.
Escolhi duas flores que gostei e achei que pudessem agradar
essas que são, junto da minha irmã, as mulheres mais importantes da minha vida.
Demorei a escolher, confesso, com medo de errar na escolha (vejam como a
decisão entre achar certo ou errado se faz presente nas nossas atividades. Não
existe certo ou errado. Existe o que achamos a melhor coisa a se fazer).
Escolhi e entrei na fila do caixa para pagar. Então uma cena legal. O rapaz que
estava à minha frente, reparando nas flores que estava comprando, saiu da fila
e escolheu também um vasinho de flores para levar. Não sei se ele sentiu-se
estimulado, ou se apenas se lembrou de que precisava comprar, mas o fato é que me senti bem, como se
estivesse influenciando alguém a fazer algo legal. Ao chegar minha vez, a
operadora de caixa me olhou com olhos de ternura, como se pensasse “ah, que
simpático, levando flores”. Mal sabia ela que era um momento raro...hahaha.
É sempre mais difícil fazer coisas diferentes pela primeira
vez. Depois fica fácil. Infelizmente minha avó já estava dormindo. Deixei o
vasinho que comprei ao lado da sua cama e quando ela acordar vai encontrar.
Espero que a deixe feliz, especialmente porque ultimamente tem estado com a
saúde um pouco debilitada.
Estou quase completando o desafio e consigo sentir em mim o
efeito das últimas semanas. Quem me conhece sabe como é estranho eu estar
falando sobre as coisas que escrevi hoje. A idéia do desafio era justamente
essa e acho que estou conseguindo...
Adorei o desafio de hoje. Flores sāo sempre uma boa novidade. Beijos, Van
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