22.12.12

Já que o mundo não acabou





Quem me conhece sabe que eu sou um daqueles que esperava que algo pudesse acontecer até 21 de dezembro de 2012. Não esperava pelo fim do mundo, mas passei os últimos 3 anos com a esperança de que o 21 de dezembro fosse o início de um período de evolução do homem, onde o individualismo seria deixado de lado e a união entre as pessoas seria uma realidade. Mas na minha concepção, isso somente seria possível com algum tipo de cenário de situação extrema, que forçasse todas as pessoas a repensarem seus comportamentos, como uma crise financeira violenta, ou algum tipo de catástrofe de proporções maiores. Bom, nada disso aconteceu, e aqueles que riam dos que acreditavam em algo parecido com o que eu pensava, estão rindo ainda mais. Mas, deixando as brincadeiras de lado, já que o mundo não acabou, acho que precisamos repensar muitas coisas que acontecem hoje. Abaixo, alguns pontos:

- Menos individualismo. Deveríamos ver os outros como pessoas que têm os mesmos medos, mesmos sonhos e a mesma vontade de ser feliz que nós. Esse sentimento de separação, de que é cada um por si e dane-se o outro não faz sentido algum. Essa forma de pensar leva as pessoas ao isolamento, à solidão e espalha um sentimento de desconfiança em tudo o que fazemos. Ninguém confia mais em ninguém, porque existe uma grande chance de ser passado para trás. Seja lá o que isso queira dizer...

- Mais contato com a natureza. Quem vive nas cidades, tem contato quase zero com a natureza. Compramos produtos prontos, que já vêm embalados, não cultivamos nada e nem sequer sabemos, como se planta um tomate. O contato da natureza de uma pessoa da grande cidade, como um paulistano, é uma caminhada no parque ou um passeio de bicicleta pela ciclofaixa. A natureza revela muitos ensinamentos, nos coloca no momento presente e passamos a entender melhor a vida. Isso precisa ser mudado nas cidades.

- Menos foco no dinheiro. A maior parte do nosso dia é voltada para o dinheiro. Passamos cada vez mais tempo no trabalho, pensando em números, sendo cobrados por resultados, almejando produtos e novas compras. Quando o dinheiro deixar de ser uma obsessão, poderemos desfrutar de tudo que existe no mundo e todas as experiências que podemos ter. Mas hoje pensamos, “quando eu tiver dinheiro para isso, quando eu alcançar R$ xx, quando eu ganhar...”.

- Pensar mais pelo outro. Se tirarmos o foco em nós mesmos, começamos a ver novas possibilidades de ajudar todas as pessoas que conhecemos e gostamos. Faça um teste. Pare de pensar por alguns minutos em como você pode ser mais feliz, ou no que deve fazer da sua vida. Escolha uma pessoa que você conhece e pense em como pode ajudar ela. Seja com alguma necessidade que ela tem, algo que já te contou, uma indicação de algum contato relacionado ao trabalho, alguma maneira de realizar um pequeno sonho ou desejo dessa pessoa. Veja como isso já muda a maneira como você se sente. E isso abre um leque completamente novo de ver a vida...

Aquela frase “não tenho medo de mudanças, tenho medo que as coisas nunca mudem”, para mim faz total sentido nesse período. Já que o mundo não acabou e nada mudou, podemos começar a mudar um pouco a cada dia. O ano novo traz novas energias e recarrega nossas baterias para novos planos. Do jeito como está, não está legal...E o 22 de dezembro pode ser o início de um novo ciclo e um novo período, onde quem sabe, poderemos viver melhor e com mais alegria...

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