Quando divulguei as 30 ações,
algumas pessoas me perguntaram sobre plantar uma árvore. Para quem mora na
cidade, em apartamento, pode ser uma das tarefas mais complicadas. Mas como
moro na Granja Viana, essa tarefa é relativamente fácil de realizar.
Depois de visitar a Casa de
Repouso Santa Felicidade, me senti obrigado a conhecer o espaço onde minha avó
fica durante a semana em Ibiúna. Todos os finais de semana, minha mãe ou algum
de seus irmãos vai buscá-la para passar o final de semana. Dessa vez, me
ofereci para buscar, coisa que nunca havia feito. Acho que deve ser conseqüências
do desafio das 30 ações na minha vida. É muito mais fácil se manter alheio e não
mudar o que já está rolando.
Fui com meu pai e conheci o
espaço, que é administrado pela Seichonoie. A estrutura é grande e é um local
agradável para se viver. Eles possuem atividades, e acho que para uma pessoa
idosa, é mais interessante do que ficar em casa sem companhia e sem atividades.
Por isso, acho que é mais interessante que faça a visita num local com menos
estrutura, como a casa de repouso que visitei na quinta-feira.
Na volta, paramos em uma loja de
plantas e disse para meu pai que gostaria de plantar alguma coisa nova no
jardim de casa, já pensando na atividade de hoje. Ele sugeriu que comprássemos
dois pés de manacás. Meu pai passou grande parte de sua vida no interior, trabalhando
com agricultura, e um de seus maiores hobbies é cuidar do jardim. Por algumas
vezes procurei me interessar e ajudá-lo, mas sempre me frustrei com as tarefas
que recebia para ajudar. Como Daniel San em Karate kid, louco para aprender a
lutar Karate, mas tendo que pintar a cerca da casa...hahaha. Assim, nunca dei
continuidade. Mas nas últimas semanas tenho o ajudado mais e pegado gosto pela
atividade.
Quando pensamos em “plantar uma
árvore” logo temos na cabeça a idéia de uma coisa que estamos fazendo para a
eternidade, como escrever um livro ou ter filhos. Quando meu pai sugeriu o pé de manacá, achei
que precisava de uma árvore mais robusta para preencher os critérios do tema de
hoje. Mas pensando melhor, é mais importante termos constância naquilo que
fazemos do que fazer apenas uma vez. Um pé mais frágil como esse, pode não ser
uma coisa que vai ficar para a eternidade, mas vai me ajudar a ter mais
constância no contato com a natureza. Precisarei cuidar melhor. E acho que isso
é o mais importante.
Trabalhar com a terra não é
tarefa tão simples quando não se tem prática. É uma atividade que se opõe a
tudo que fazemos no dia a dia do trabalho. Pensamos em produtividade, fazer
mais, mais rápido, realizar mais tarefas. E na natureza não existe isso. É
esquecer de todas as outras coisas e se concentrar no que está fazendo. Ter
paciência e ser automaticamente colocado no presente.
Plantamos os dois pés, aprendi
alguns macetes com meu pai, de como preparar a terra para colocar a raiz e do
que fazer depois para que a terra não seque. Depois ainda fizemos colheita de
café, de um pé que ele plantou. Sinto-me privilegiado de ter essa oportunidade
de aprender dessa maneira e sinto pelos que vivem em apartamento em São Paulo e
não tem a facilidade deste contato com a natureza. Além de ser uma atividade
que traz uma paz imensa, é um excelente exercício físico, pois. Como sempre
disse meu pai, “é muito melhor que fazer academia”.
Acho que a natureza existe para
que possamos aprender e mudar a maneira como enxergamos nosso mundo. Espero
conseguir manter a constância dessa atividade, a partir de agora.