28.6.12

Dia 4 – Visitar uma instituição de caridade / fazer um trabalho voluntário



                         Manter a disciplina para cumprir as 30 tarefas não é tão simples. Saí de manhã pensando em qual seria minha atividade do dia, mas acabei sugado pelas exigências do trabalho. O ideal seria conseguir aliar as duas coisas e não ter o trabalho como parte separada das boas ações. Mas somente quando o hábito de fazer boas ações e se preocupar com os outros for uma coisa muito natural e parte da nossa vida é possível agirmos assim.

Hoje pensei que não fosse conseguir cumprir. Olhei pela janela do meu escritório e vi que o Luís, o morador de rua com quem conversei ontem estava lá no seu lugar. Tive reunião fora e acabei não conseguindo ir conferir seus desenhos. Confesso que às vezes me escondo em algumas desculpas como a que darei hoje, que é ter tido uma reunião fora. Mas se me esforçasse, conseguiria separar 5 minutos do dia para falar com ele.

Voltei para o escritório e logo tive que sair para encontrar um amigo, com quem tenho atuado como Coach. Vendo o dia terminar, fui pensando no caminho para sua casa, onde havia combinado de encontrá-lo no que poderia fazer. Tentei ficar atento ao que via no trajeto, para ver se havia algo em que pudesse ser útil. Excelente experiência. Ficar prestando atenção ao que acontece ao nosso redor, faz com que a gente perceba as coisas de uma outra maneira. Você vê coisas que não via, repara em lugares que antes sempre passaram despercebidos, e o que é melhor: o trânsito passa mais rápido.

Não consegui encontrar nada que pudesse fazer e já estava cogitando passar no shopping para dar um presente a mim mesmo. Mas isso fugiria completamente do propósito do desafio. Quando cheguei à casa do meu amigo, estacionei o carro, olhe para o lado e vi: Casa de Repouso para Idosos Santa Felicidade. Pensei:  “As coisas oportunidades sempre ao nosso redor, apenas não notamos”. Já estive nessa rua dezenas de vezes e não me recordo de ter reparado nessa casa, como sendo uma casa de repouso. No livro o Alquimista, Paulo Coelho conta a história do Pastor Santiago em sua busca por sua lenda pessoal e o personagem segue a orientação de estar sempre atento aos sinais. O mesmo se aplica a todos nós. É só desligarmos o piloto automático.

Ao final da sessão, convenci o Paulão e a Chu, sua namorada, que estava em sua casa, a irem comigo falar com alguém do estabelecimento. Eles relutaram um pouco, mas acabaram me acompanhando. Conversamos com uma enfermeira, responsável pela casa e perguntei se eles precisavam de algum tipo de voluntários para algum trabalho. A enfermeira Cristiane foi super solícita e disse que havia alguns voluntários que iam esporadicamente lá. Às vezes faziam festa para algum aniversariante, outras vezes faziam sessões de música com instrumentos. Falei que tinha interesse em participar de qualquer coisa. Ela me disse que poderíamos vir a qualquer dia, especialmente aos finais de semana no período da tarde. Cerca de 20 idosos vivem na casa e alguns deles não têm nenhum parente.

- Vocês podem vir e fazer companhia, conversar um pouco, jogar um dominó.

Por algum motivo que não sei explicar, sempre fui um pouco relutante em fazer trabalhos voluntários e nunca fiz nada. Talvez seja um pouco pela minha formação de administrador de empresas, capitalista, ou puramente por egoísmo e pensar demais apenas na minha vida.

 Depois de ouvir essas coisas que a enfermeira me falou, tenho certeza de que preciso mudar isso. E posso começar por esse lugar ou mesmo no local onde minha avó passa alguns dias da semana em Ibiúna. Não faz sentido ajudar os outros e esquecer de quem está bem mais próximo também. Pretendo ir aos dois lugares.
Quem tiver interesse em me acompanhar, deixe seu comentário aqui, ou me mande uma mensagem. Vou dando os updates por aqui. O Paulão e a Chu já toparam!

11 comentários:

  1. Fora que a casa fica a 17 passos da minha casa, mais mão impossível!

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  2. Muito legal! É bem difícil mesmo sair da bolha/zona de conforto/desculpas pra si mesmo.. parabéns!!

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  3. Gustavo,

    Eles não têm parentes mas moram em algum lugar. e eu que não tenho nem teto??!?!?!!? Aposto que você nem pensou em me levar pra morar lá. ..culpa deste seu egoísmo!

    Luis

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  4. Aparentemente este Luis está querendo fazer graça e atrapalhar este desafio tão nobre. Gustavo, bloqueie este senhor. Apague seus comentários. As pessoas não podem por a prova sua luta nobre de se tornar uma pessoa melhor.
    Abraços de seu amigo,
    Eduardo

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  5. Senhor Eduardo. . .queira saber que o Gustavo é um grande amigo meu e me deu marmitex e bombom. Fiz até um desenho dele. Custou R$ 1,00 (sei que ele vai me pagar R$ 10,00). . .a propósito, acho que ele não gosta muito de você também. ..ele te chama de amigo, mas não dedicou nenhuma música a você. .sequer, te chamou para morar na santa Felicidade. . .

    Luis

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  6. Então ta, Luis. Quer dizer que o bombom e um real vão mudar sua vida? É isso? Tenho certeza que o Gustavo vai te levar para a casa dele, te oferecer um banho e um emprego no seu escritório. Bombom nao mudará sua medíocre vida certamente.

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  7. Sr. eduardo,

    Eu confio totalmente no Sr. Gustavo e tenho certeza que ele vai me convidar. Acho que ele trabalha com desenhos. Percebi sua genuína admiração quando falei que desenhava roupas. Vamos desenhar o dia inteiro. E queira saber que na semana que vem ele já terá me alocado na santa felicidade. Quiça naquele asilo legal onde está sua avó.

    Vá fazer algo produtivo na sua vida. Por que o senhor não vai plantar manacá?

    Passar bem

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  8. Caro Gustavo,
    Em nome da casa de repouso Santa Felicidade, gostaria de agradecer a visita da semana passada.
    Gostaria de saber quando você e seus amigos retornarão? Por favor, precisamos daquelas roupas que você separou. O frio está aí, você sabe bem.
    Precisamos também de alguns alimentos e uma televisão nova.
    Estava lendo suas outras mensagens, mas, infelizmente, não temos vagas para moradores de rua.
    Obrigado.
    Aguardo vocês nesta semana.
    Atenciosamente,
    Elza enfermeira

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  9. Amigo Gustavo,

    E agora? O que eu faço? Para onde eu vou? Posso morar na sua casa? e no asilo da sua vó? Tem jeito? Creio que fazendo algumas atividades bacanas, não vou precisar mais desenhar. Posso plantar manacá com vc todos os dias. .

    essa enfermeira Elza é uma preconceituosa . .não ajuda ela! Deve ser uma sapatona de primeira

    Me ajuda Gustavo, por favor. . .me ajuda

    Luis

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  10. Luis: estou alugando a minha calçada no período noturno por R$ 1,00

    Enfermeira Elza: estou vendendo bombril a R$ 1,00

    Se estiverem interessados, favor pagar ao Gustavo. Como ele deve morar perto da ótica, ele mesmo pode me acertar. Prefiro que ele mesmo acerte estes R$ 2,00.

    Gustavo: Favor deixar duas notinhas daquela no balcão igual da última vez. . .aquela nota vermelha de "R$ 1,00". Após o pagamento, pode me dar as costas e sair igual a outra vez.

    Abraço,

    Plínio oculista

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  11. Luis,

    O que quis dizer com "sapatona"? Este preconceito é muito infame. Assim como este blog. Este o qual propõe bondades e virtudes, ataca de forma veemente e preconceituosa, a comunidade GLS.

    Ao senhor responsável pelo blog, no caso, senhor Gustavo Tanaka, exigo, em um prazo de 24 horas, uma retratação formal.

    Caso não ocorra, certamente levarei o caso ao jurídico da comunidade GLS de São Paulo.

    Sem mais,

    Cleo
    Diretor(a) da comunidade GLS de São Paulo

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