Onze
dias sem escrever. Como já cheguei a dizer em algum dos posts, imaginava que
poderia ter dificuldade para terminar. Mas não esperava que poderia chegar a
ficar tanto tempo como esses onze dias. Minhas desculpas? Teria muitas para
dar, mas usá-las seria enganar a mim mesmo. A verdade é que não tive a
disciplina para terminar as tarefas. Talvez pelo fato de estar chegando perto
do final, relaxei. Como se esses 25 dias já tivessem provado para mim mesmo de
que sou capaz. Ou como se atingisse uma zona de conforto. Me faz lembrar o dia
que dormi no volante voltando para casa e bati o carro a 200 metros de casa,
dentro do meu condomínio, por relaxar no final, depois de um caminho de 30km
lutando contra o sono.
Quando
você fica um dia sem escrever, sente um pouco mais de dificuldade no dia
seguinte. Quando você fica mais tempo sem escrever, a força necessária para
retomar um hábito é muito maior. No meu caso, a dificuldade era dupla: realizar
uma tarefa durante o dia e escrever à noite. Quando digo dificuldade, estou tentando
me convencer de que é difícil, mas a bem da verdade é que depende apenas de um
esforço pequeno inicial. Depois as coisas fluem. Forcei-me a fazer prestar mais
atenção ao meu dia de hoje, para encontrar uma atividade que pudesse realizar e
estou me forçando a escrever agora. São 23:11. Acabei de chegar em casa, estou cansado,
mas senti que se não escrevesse hoje, poderia ficar ainda mais complicado
amanhã.
Parei
para abastecer o carro ao sair do trabalho em direção ao estúdio onde ensaio
com minha banda. O frentista sorriu simpático e me pediu para encostar em uma
bomba. Encostei e disse o tradicional: “completa com gasolina, chefe”. Ele respondeu
me dizendo que não era naquela bomba e que deveria ir para outra. Na hora
pensei “Po, ele que me mandou encostar naquela.” Liguei o carro e manobrei para
parar o lugar onde ele me sinalizou. Pedi para aproveitasse e calibrasse meus
pneus. Ele perguntou quantas libras e respondi:
“32 na frente e 30 atrás”. Estava
distraído mexendo no celular e quando olho, ele está calibrando os pneus de
trás com 32. Fez confusão. Avisei o frentista, que sorriu e pediu desculpas. Ameacei ficar irritado com suas trapalhadas,
mas cortei esse pensamento. Após calibrar o pneu, trouxe a máquina do cartão.
Passou o valor errado e eu o corrigi. Passou novamente, dessa vez o valor
correto e pediu para que assinasse a primeira via que saiu da máquina. Pedi uma
caneta e ele disse que não tinha. Saiu para buscar. Eu estava um pouco atrasado
para o ensaio e acho que por isso ameacei me irritar novamente. Quando ele
voltou, abriu um sorriso e me entregou a caneta. Ele estava completamente
atrapalhado, e pude perceber isso. Ao invés de criticar ou reclamar, sorri de
volta e decidi dar-lhe uma bela gorjeta. O sorriso que abriu foi ainda maior.
Após todas essas “trapalhadas”, acho que não esperava ganhar nada em troca,
pelo contrário.
Qualquer paulistano reclamaria do atendimento. Mas quem disse
que temos que agir sempre do mesmo
jeito? Somente que presta bom serviço deve ser recompensado? O sorriso e a
pureza ao pedir desculpas valem tanto quanto um bom serviço prestado. Pelo
menos para mim. Pelo menos dessa vez...
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